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Educação Vicentina na história

 

A educação esteve presente desde as origens da Companhia das Filhas da Caridade, a qual se deu em Paris/França, no dia 29 de novembro de 1633. Nesta data, Luísa de Marillac reúne em sua casa um grupo de jovens camponesas, desejosas de dedicar suas vidas, seu tempo, seus dons para o serviço dos mais pobres. Entre as tarefas assumidas, está ao ensino às crianças, particularmente as meninas e os pobres. As “Pequenas Escolas”, como eram denominadas, surgem especialmente no meio rural e são estabelecidas junto às Confrarias da Caridade, ação empreendida por Vicente de Paulo desde o ano de 1917 e junto às quais as primeiras Irmãs atuaram de forma direta. Coube à Luísa a organização pedagógica destas escolas e o preparo das mestras. Considerando que, para a época, o acesso à cultura era privilégio das classes abastadas, as Escolas Vicentinas oportunizavam o ensino básico e gratuito aos mais desfavorecidos, conectado com um ativo processo de evangelização.

Ao longo dos séculos, a Educação Vicentina acompanhou o desenvolvimento da educação, contextualizando sua proposta e prática pedagógicas às diferentes realidades. Contudo, o princípio orientador que acompanhou esta atualização situa-se na mesma convicção intuida pelos Fundadores: a educação assumida como ação de amor-serviço a Deus em favor dos mais pobres. Foi essa consciência identitária que levou a Companhia a ultrapassar as fronteiras da França e empreender frentes de missão em outros países.

O ano de 1849 assistiu à chegada das primeiras Filhas da Caridade no Brasil, vindas da França. Instalando-se na cidade de Mariana /MG, deram início à primeira obra educativa em terras brasileiras: o Colégio da Providência. Em 1904, chegaram ao Paraná, mais precisamente à Colônia Polonesa de Abranches, próximo a Curitiba, três Irmãs vindas da Polônia. Através delas, a Companhia respondeu ao pedido dos imigrantes poloneses que aí residiam, desejosos de oportunizar uma educação de qualidade a seus filhos/as. Nasce, assim, a Escola Polonesa São José – hoje Colégio Vicentino São José, sendo esta a primeira obra da Província de Curitiba. Na esteira desta, outras obras educativas foram abertas, muitas das quais permanecem ativas até hoje.

 

O Instituto Santa Luzia

 

O Instituto Santa Luzia nasceu por inspiração de Dona Lydia Moschetti e fundou-se em 01 de março de 1941, com objetivo de recolher os cegos para dar-lhes uma oportunidade, favorecendo-lhes os meios até então inexistentes para eles no Rio Grande do Sul. Em 07 de junho de 1941, foi inscrita a Sociedade Civil denominada “Instituto Santa Luzia de Assistência aos Cegos”. Em 07 de fevereiro de 1946, foi averbada alteração da denominação para "Instituto Santa Luzia – Escola Profissional para Cegos e Surdos-mudos”. Em 24 de novembro de 1955, teve novamente sua denominação alterada para "Instituto Santa Luzia - Ginásio e Escola Profissional para Cegos". Finalmente, em 10 de março de 1975, teve mais uma vez sua denominação alterada para "Instituto Santa Luzia - Escola de Primeiro Grau Para Cegos". Adquiriu-se a primeira casa, na Av. Independência, 876.

Em 20 de setembro de 1941, foi oficialmente inaugurado. Na oportunidade, já eram atendidos 50 cegos. Em fevereiro de 1942, a Srª. Lydia Moschetti fez doação total da Instituição à Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que a 14 do mesmo mês tomou posse da administração e da direção do Instituto. Foram quatro as primeiras Irmãs que ali chegaram, as quais com muita dedicação deram aos cegos conforto material, formação intelectual, moral, profissional e religiosa, que lhes proporcionou o caminho de integração social.

Esta única casa era insuficiente e o limitado espaço restringia a admissão de novos alunos cegos. Fez-se necessário a compra de um terreno e prédio vizinho, cuja posse foi efetuada em fevereiro de 1943.

Em 1955, num terreno doado pela Prefeitura à Avenida Cavalhada, 3999, foi lançada a pedra fundamental do novo e grandioso edifício, para onde se mudou definitivamente o Instituto Santa Luzia, em 1959. Até anos anteriores, o Instituto Santa Luzia atendia alunos de visão normal no regime de externato e alunos deficientes visuais, em regime de internato, semi-internato e externato, provenientes do estado do Rio Grande do Sul e de outros estados do Brasil.


Em 1998, após estudos e reflexões sobre a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e do Estatuto da Criança e do Adolescente, criado pela Lei n.º 8.069 e avaliando os resultados da institucionalização de crianças e adolescentes cegos, no regime de Internato e Semi-internato, percebeu-se que este pouco vinha contribuindo para a formação da personalidade dos internos e dos semi-internos, além de privá-los do convívio social, principalmente do vínculo familiar, o que é de fundamental importância. Neste contexto, a Direção, a equipe técnico-pedagógica e os professores iniciaram um processo de redimensionamento do internato e do semi-internato.

Os alunos que residiam próximo desta instituição passaram para o regime de semi-internato ou externato, e os alunos com necessidades de atendimento individual foram encaminhados às clínicas especializadas. Outros alunos passaram a freqüentar escolas que se adaptaram para atender os portadores de deficiência visual na localidade onde a família reside. A partir disso, a equipe estabeleceu critérios e contrato, e passou a atender neste regime, somente alunos em idade escolar de oito a dezoito anos, residentes no interior do estado do Rio Grande do Sul, onde não haja na localidade ou cidade próxima escola ou sala de recursos para deficientes visuais.

No regime de semi-internato, a instituição atende alunos deficientes visuais, residentes em locais em que haja transportes acessíveis e constantes até o Instituto Santa Luzia e alunos com locomoção independente ou com acompanhante. Estes alunos permanecem na Instituição quando houver atividades específicas no turno oposto às aulas.

A escola mantém o Ensino de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio – este aprovado em 2002 –, numa proposta de integrar o portador de deficiência visual com alunos de visão normal.

A direção, a equipe técnica e os educadores dedicam-se numa contínua busca de aperfeiçoamento, renovação e integração constante. Aprimoram o ensino dentro da filosofia da Educação Vicentina para concretizar a formação integral dos alunos, a fim de que possam assumir o seu papel como cidadãos na sociedade.

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