Carta aberta aos estudantes do Santa Luzia e suas famílias

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Estimadas famílias,

 
Estamos com nossas aulas presenciais suspensas desde março para prevenção da disseminação do novo coronavírus (Covid-19). Desde então, professores, funcionários, equipes pedagógicas e diretiva do Instituto Santa Luzia estão trabalhando incessantemente para que os nossos estudantes mantenham sua rotina escolar em casa. Tudo isso na melhor forma possível nesse período de isolamento escolar.

Como toda instituição de ensino privado ou púbico, estamos trabalhando com base em pareceres e normativas dos Governos Federal, Estadual e Municipal. No Rio Grande do Sul, o Conselho Estadual de Educação autorizou as atividades domiciliares na Educação Básica durante todo o período de suspensão das aulas presenciais para conter o agravamento da pandemia, medida reconhecida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).  Destacamos, contudo, que as escolas não estão autorizadas a trabalhar com ensino à distância (EAD), porque essa modalidade de ensino possui legislação e regimento próprio para autorização de funcionamento.

Foi autorizado que as instituições de educação básica migrassem seus processos pedagógicos presenciais para atividades remotas, síncronas e/ou assíncronas. Atividades síncronas ocorrem com a participação de todos simultaneamente, as atividades assíncronas não necessitam de um momento único para sua prática:

As atividades assíncronas possuem maior flexibilidade de interação e acompanhamento, pois não exigem a participação de todos em tempo real. Nesse modo, ofertamos comunicação via e-mail, fórum de discussões, videoaulas, gravadas por nossos professores, trabalhos de leitura e de pesquisa, propostas de interação familiar, atividades no livro didático, trabalhos interdisciplinares entre outros.

A atividade síncrona disponibiliza comunicação e produção conjunta, porque demanda participação simultânea dos estudantes e professores, são realizadas em tempo real. Os professores disponibilizam atendimento síncrono para os estudantes durante os períodos de aula via chat — conversa individual e coletiva, reuniões por webconferência, atividades e avaliações em aplicações como documentos compartilhados, sistemas de perguntas e respostas, fóruns, entre outros.

O Instituto Santa Luzia adotou o Microsoft Teams para possibilitar as aulas síncronas e assíncronas aos seus estudantes, da Educação Infantil ao Ensino Médio. A plataforma começou a ser utilizado pelo Ensino Fundamental II e Ensino Médio no dia 18 de março e, após ampliação, pela Educação Infantil ao quinto ano do Ensino Fundamental I no mês de abril.

O Teams da Microsoft é uma plataforma que disponibiliza ferramentas de comunicação e trabalho conjunto como salas de aula virtual, chat — conversa individual e coletiva, videoconferências, armazenamento de arquivos e diversas outras. A ferramenta de videoconferência do Teams tem capacidade de 250 pessoas por videoconferência, possui chat, possibilita o compartilhamento da tela e a gravação da reunião, mantém boa estabilidade. Atualmente, segundo sites especializados, o Microsoft Teams é a melhor ferramenta para atividades dessa natureza, motivo pelo qual muitas instituições privadas de Porto Alegre e do Brasil estão migrando para essa ferramenta educacional.

Há dois anos, a Instituição iniciou estudos para uso de tecnologias digitais no processo educacional para complementar seu trabalho pedagógico. No dia 02 de março, iniciamos a formação com o corpo docente, com o intuito de repensar nossas práticas pedagógicas em sala de aula através de inovação, tecnologia e aplicação de metodologias ativas. Naquele momento, já iniciávamos o uso do Teams com os professores. Quando o surto de coronavírus tornou-se uma ameaça para todos nós, nosso grupo docente já havia iniciado o uso da plataforma Teams, o que ajudou na adaptação para o as atividades domiciliares. Desde o início desse processo, os professores da nossa instituição informaram amplamente sobre os modos de atividade — síncronas e assíncronas — nas salas de aula virtuais.

A comunicação com os professores, como informado desde o princípio, foi realizada pelos seguintes canais do Teams — chat, videoconferência e e-mail. Diretamente com nossa instituição, disponibilizamos números de telefone e e-mails no site da escola para comunicação e informações. Enfatizamos que nossa instituição não utiliza outros meios de comunicação, sendo assim, não se comunica por WhatsApp ou participa de qualquer grupo dessa rede. Reafirmamos que os grupos de pais no WhatsApp pode ser uma ferramenta marcada pela troca de experiências e estreitamento de vínculo entre as famílias, quando pautada no diálogo e respeito mútuo. As atitudes dos pais sempre são modelos de conduta que exercem influência direta no comportamento dos filhos, tanto meio presencial quanto no meio digital. O modo como os pais utilizam e se comunicam por ferramentas como o WhatsApp indica muito do modo como seus filhos fazem o mesmo.

Sobre o processo de migrar do ensino presencial para a atuação a domicílio, estamos cientes que esse meio requer mais do que disponibilizarmos slides conteúdo e envio de atividades escolares. Também é uma utopia achar que vamos mover a escola para dentro de casa apenas utilizando filmagens diante de uma câmera. A eficácia do trabalho domiciliar vai além do comprometimento dos gestores e professores, é uma ação que envolve muitas partes. A escola é uma instituição de grande complexidade e de muitas particularidades. Como sempre, os responsáveis, em geral os pais, também exercem um papel fundamental para escola — o papel de intermediação entre escola e estudante. Nesse momento, particularmente, a atuação dos responsáveis é fundamental para o processo de aprendizagem ao mediar o trabalho da escola e do estudante.

Sabemos que não é fácil, pois, além de professores ou parte das equipes escolares, também somos responsáveis e familiares. Esse ato, porém, é de extrema necessidade. A família não tem o papel de substituir o professor, mas de participar no processo educacional das crianças e jovens e de acompanhá-los de perto. Em suma, as famílias dispõem de uma oportunidade singular de unir-se ainda mais.
Estamos cientes do quão difíceis são esses tempos. São muitas as incertezas pelo mundo, tanto no campo educacional, quanto no profissional. Em vista disso, acreditamos ser importante ratificarmos nosso compromisso com a educação. Há oitenta anos, oferecemos educação de qualidade e nos propomos a desenvolver até hoje novas e melhores práticas. Nossa instituição cumpre a lei vigente e, ainda mais agora, valoriza o seguimento das determinações e recomendações dos órgãos oficiais da saúde. Além de tudo, prezamos pelo respeito e atenção à nossa comunidade escolar.

Nossa equipe permanece em diálogo com a comunidade, em contato com as demais escolas de nossa rede, em participação de reuniões de sindicatos, webinars, webconferências e em acompanhamento do processo de aprendizagem de nossos estudantes, com reuniões frequentes com os professores. As discussões sobre calendário escolar e avaliações permanecem sendo estudas com especialistas, governo e a rede escolar de todo o Brasil.

Deixamos as orientações do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre atividades não presenciais e período letivo, com a conselheira do CNE Maria Helena Guimarães[1] (link). Maria Helena priorizou comunicar os posicionamentos do Conselho em torno das principais incertezas atuais para a educação brasileira: as atividades a distância, o cumprimento do ano letivo e o retorno às salas de aulas. Antes disso, a conselheira lembrou aos participantes que não se trata de um ano escolar normal, é uma excepcionalidade. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), quase todos os países do mundo interromperam suas aulas presenciais.
Nenhuma instituição do mundo estava preparada para esse isolamento. Nunca foi tão importante a cooperação entre instituição e família. Estamos todos em um processo de adaptação. Evidenciamos ainda o esforço de nossos professores e equipe gestora para transporem e adaptarem conteúdos e metodologias em atividades domiciliares e não serão toleradas condutas desrespeitosas em momento algum em relação à nossa equipe.

Compreendemos que esse momento necessita a união para que possamos enfrentar os desafios juntos, sobretudo para cuidarmos uns dos outros. Esperamos encontrar em nossa comunidade o exercício da empatia, colaboração e de solidariedade em tempos tão difíceis. O Instituto Santa Luzia renova seu compromisso com a educação e todos aspectos que a envolvem. Desejamos melhora a toda saúde mundial e que, depois de tudo, possamos nos encontrar bem em nossas salas de aula.

 

Cordialmente,
 
Direção/ Coordenação Pedagógica

 

 

Click abaixo no link para assistir as orientações do Conselho Nacional de Educação:

 

https://www.youtube.com/watch?v=uYhlDXpxlpw

[1] Maria Helena Guimarães é, além de conselheira do CNE, acadêmica da Academia Brasileira de Educação e da Academia Paulista de Educação, professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ex-secretária executiva do Ministério de Educação e ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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