Luísa de Marillac, pedagoga do amor afetivo e efetivo

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No dia 09/05, a comunidade educativa do Santa Luzia celebrou nos turnos da manhã e da tarde o Dia de Luisa de Marillac. Os festejos tiveram início já na recepção aos educadores e educandos, que tiveram suas salas visitadas pelas irmãs, que lembraram da história de vida da pioneira entre as Filhas da Caridade.
A comemoração se estendeu aos intervalos em ambos os turnos, nos quais toda a equipe pedagógica foi reunida para refletir acerca da obra de Luisa junto a São Vicente e da importância de que esta perpasse o fazer pedagógico em todas as instâncias.
 
Para participar toda a comunidade desse momento, selecionamos um texto que contém uma breve passagem da obra e vida dessa grande mulher que nos inspira.
 
Luísa de Marillac, pedagoga do amor afetivo e efetivo

A originalidade do apostolado das primeiras Irmãs carregou consigo inúmeros desafios. Provindas das aldeias, convivendo numa sociedade e igreja patriarcais onde o papel da mulher estava relegado ao lar, a itinerância da missão as fez andar na contramão dos padrões culturais da época. Da mesma forma, o serviço dos pobres por elas assumidos necessitava de aprendizados básicos que iam desde o letramento para as mestras de escolas até técnicas de saúde e recursos medicinais para aquelas que atendiam os doentes. Os limites científicos do século XVII permitem mensurar as dificuldades, agravadas pelas situações de conflito e descaso social em que vivia boa parte da população. Luísa exerceu esse papel pedagógico de introduzir as Irmãs a esses conhecimentos basilares para bem realizarem a missão de servir os pobres.
 
Por outro lado, esse serviço é assumido sob uma perspectiva de fé, o que implicou o necessário aprimoramento espiritual das Irmãs. Em um período em que o povo não tinha acesso direto à Bíblia e a formação catequética era mínima, as jovens camponesas possuíam uma fé rica em valores, destacada por Padre Vicente com uma virtude a ser conservada pela Companhia – “o espírito das boas moças do campo” – porém rudimentar em relação aos conteúdos e compreensões fundamentais. Luísa de Marillac foi igualmente a mistagoga que acompanhou as Irmãs em seu crescimento espiritual, redigindo um catecismo que lhes fosse acessível, exortando-as à oração, às práticas devocionais que lhes permitissem viver uma profunda experiência de Deus.
 
Nesse caminho de maturação da fé e do discipulado, alguns discernimentos vão se apresentando aos Fundadores, desde as frentes de ação a serem assumidas, as colocações das Irmãs e as tensões da vida comunitária, como também a admissão e permanência destas. Já na primeira década, a Comunidade conheceu considerável expansão. Contudo, é preciso conhecer a autenticidade das motivações daquelas que se apresentam como também daquelas que já estão. Luísa é ciente de que o serviço dos pobres é exigente e que, conforme as dificuldades vão se apresentando, a vocação vai sendo lapidada. Essa lucidez expressa a confiança de que o projeto assumido é obra de Deus e que sua continuidade depende em primeiro lugar da obra da graça, acompanhada da resposta generosa de quem é chamado.


Coordenação Pedagógica

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